"Desde o início de maio de 2013, acentuaram-se
discussões acerca dos problemas que o campus de Franca, em consonância com os
demais campi da UNESP, apresenta.
Durante todo o processo de construção, houve cada vez mais estudantes presentes nas assembleias, culminando na assembléia do dia 28 de maio, a qual tinha como pauta os próximos passos da mobilização. É importante salientar que a direção reconheceu a necessidade de discutir os problemas de forma que marcou uma audiência pública entre o diretor da faculdade e os alunos na tarde de terça-feira (28/05).
Durante todo o processo de construção, houve cada vez mais estudantes presentes nas assembleias, culminando na assembléia do dia 28 de maio, a qual tinha como pauta os próximos passos da mobilização. É importante salientar que a direção reconheceu a necessidade de discutir os problemas de forma que marcou uma audiência pública entre o diretor da faculdade e os alunos na tarde de terça-feira (28/05).
Aqui fica exposto o motivo central da preocupação
dos alunos: Há uma nítida falta de sintonia entre os projetos dos alunos e os
projetos dos gestores da Universidade.
É importante ressaltar que a decisão de greve não é um fim em si mesmo, mas um meio para viabilizar maior articulação dos alunos e continuar a construção do movimento, e a posição dos docentes, já declarado o apoio a Greve, evitará assim futuras punições, sindicâncias ou qualquer meio de sanções administrativas que possam vir a aparecer.
É importante ressaltar que a decisão de greve não é um fim em si mesmo, mas um meio para viabilizar maior articulação dos alunos e continuar a construção do movimento, e a posição dos docentes, já declarado o apoio a Greve, evitará assim futuras punições, sindicâncias ou qualquer meio de sanções administrativas que possam vir a aparecer.
Já estão acontecendo, e acontecerão durante
todo o período de greve atividades em prol das reivindicações. O fato de
resistirmos em entrar na sala de aula não significa que estaremos estagnados,
pelo contrário, faremos discussões e mobilizações diversas para a melhoria do
campus. Assim propomos atividades a serem realizadas que serão inclusas na
programação da greve e que serão construídas tendo como base as pautas do
pré-eness.
Entendemos
que as reivindicações não só dos alunos como também dos trabalhadores,
servidores da Universidade são hoje mais
importantes e urgentes do que nossa vida individual, e é algo que afetará
não só ao objetivo coletivo atual como também das futuras gerações de
estudantes.
NOSSO POSICIONAMENTO É DE TOTAL
APOIO E PARTICIPAÇÃO NAS REIVINDICAÇÕES, POR ISSO CONSIDERAMOS ILEGÍTIMA E NÃO
ACEITAREMOS QUALQUER TENTATIVA DE AULA, FORMA DE AVALIAÇÃO, REPRESSÃO E/OU
TENTATIVA DE “FURAR” A GREVE, QUE POSSA HAVER ENQUANTO NÃO SEJA SOLUCIONADA
ESSA QUESTÃO.
Além disso, não só
os alunos constituem a greve, mas também os funcionários e docentes de diversos
campi da UNESP, sendo as pautas unificadas. Na UNESP de Franca foram incluídas
pautas dos estudantes e o apoio entre funcionários e discentes é recíproco. Posto
que a instituição caminhasse a passos lentos, vemos a greve como um movimento
de luta e resistência e talvez esse seja o único caminho que agora dispomos
para que as nossas necessidades sejam também prioridades da direção, além do
fato de que nesse país, com raras exceções, só se conseguem mudanças efetivas
através de mobilização, pressão e movimentos sociais, vide o processo de (re)
democratização do país, a reforma sanitária, os movimentos dos trabalhadores
por melhores condições, lutas pelos direitos sociais das minorias e
especificamente no Serviço Social, o Movimento de Reconceituação; onde sem
participação popular não há mudança.
Posto que a profissão busca também a emancipação
humana, uma ordem societária igualitária através da socialização dos conhecimentos
teóricos e práticos, e da aliança com a classe trabalhadora, o movimento
grevista, como outros movimentos sociais são meios de se atingir as pautas
citadas e amenizar as diferenças e problemáticas presentes na Universidade. E o
corpo docente, enquanto assistentes sociais e educadores, que se demonstra a
favor dos movimentos sociais, que compactuam com o ideal previsto no próprio
código de ética da profissão, e defendido pela atual campanha do CFESS enquanto
órgão nacional da profissão, que “Sem movimento não há liberdade” estão
afirmando o que deve ser resguardado e sustentado pela categoria ao estar se
posicionando e participando ativamente das mobilizações. Por isso, o
posicionamento dos mesmos é importante, em um meio formal, possibilitando que
os alunos que não estão participando do movimento, ou estejam com receios,
possam participar desses espaços de discussão.
Haja vista que toda esta mobilização estudantil
se dá em um momento de formação profissional e a dimensão político-social do
Movimento Grevista e suas reivindicações, que, estão em consonância com os
princípios do Código de Ética do Serviço Social, acreditamos que a
participação dos docentes só vem a acrescentar e estaremos construindo em
conjunto o que tanto nos debruçamos nas aulas teóricas, que é a questão da
práxis, do agir na realidade concreta e que estão inerentemente ligados a esse
momento histórico pelo qual a Universidade passa, tais como:
> Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;
>
Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do
autoritarismo;
>
Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda
sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das
classes trabalhadoras;
>
Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação
política e da riqueza socialmente produzida;
>
Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e
políticas sociais, bem como sua gestão democrática;
>
Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o
respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à
discussão das diferenças;
>
Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o
constante aprimoramento intelectual;
>
Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma
nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero;
>
Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem
dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores;
> Compromisso
com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento
intelectual, na perspectiva da competência profissional;
> Exercício do
Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção
de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e
condição física.
Nós acreditamos que a qualidade do ensino superior depende do
diálogo entre o corpo docente, discente e dos servidores, e também, entendemos que todos têm particularidades e
compromissos acadêmicos, justificando possíveis ausências, dessa forma visamos
discutir um horário que seja compatível a todos, porque os discentes também têm
particularidades, trabalham, moram fora, enfim. No entanto, gostaríamos que o
maior número possível de pessoas estivessem conosco neste momento, trabalhando
em conjunto em prol da Universidade que tanto queremos que se materialize: uma
Universidade efetivamente pública, plural e de qualidade para todos!"
Portanto, como salientamos através da presente carta, o campus
encontra-se em greve, e nosso posicionamento é de total apoio e participação
nas reivindicações. Por isso consideramos ilegítima e não aceitaremos qualquer
tentativa de aula, forma de avaliação, repressão e/ou tentativa de “furar” a
greve, que possa haver enquanto não seja solucionada essa questão.
Reeditamos coletivamente essa carta e a
assinamos tendo consciência do seu conteúdo e de todo o movimento que foi
construído."
Vídeo bastante explicativo explicitando toda estrutura de poder que se assenta sob a Unesp, e como esse sistema hierarquizado e cada vez mais mercantilizado prejudica os estudantes da Universidade e oferece barreiras e obstáculos ao acesso à Universidade Pública no país:
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